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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JÚLIA MOURA
( BRASIL _ DISTRITO FEDERAL )

Júlia Moura nasceu em Taguatinga - DF, em 1999.
Vestibulanda, pretende cursar História na Universidade de Brasília no próximo semestre.
Com pai escritor, desde pequena foi estimulada a mergulhar no mundo da literatura.  Durante o ensino médio se engajou na fundação do Grêmio Estudantil Paulo Freire e enxergou na política um meio de trabalhar suas inquietações sociais.
Integra o Coletivo Poético Assum Pretos, grupo de artistas que pulsam com a veia das nuances latino-americanas e relacionam-se tanto com o verso arma como o verso lírio.
Militante da poesia, declara fazer parte dessa luta que de tão vã, se torna imprescindível.
Amante da parte sul do Equador, em especial do Brasil, não se importa em ser acometida pela poesia que chega sem avisar, tampouco em ser instrumento para trazê-la ao mundo em forma de verso.
 

 

PRÊMIO SESC DE POESIAS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesias. Edição 2016.   Brasília: SESC DF, 2017.  108 p. 
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda


 Origem

 Dou valor no espaço vazio
do não dito
No aborto espontâneo que me lança longe ventre a fora
sempre que sinto pertencer-me.
A poesia tem cheiro prematuro
Não se mete com cesarianas agendadas por pais histéricos
Ou com partos normais que duram uma vida e meia,
Não sabe esperar o líquido amniótico escorrer pelas pernas
da mulher e não cabe em  
incubadoras.
Desajeitada, insiste em ser nascimento espontâneo
Oras
O que seria do poema prevenido?

Dou valor no silêncio que me prova que existo
e por noites largas e quentes me torna mais
romântica que Álvares de Azevedo num dia cinza
Dou valor num par de árvores, de xícaras pintadas a mão,
de anéis de coco, de livros empoeirados e de meiões sujos
como o bordado dos time carioca
rebaixado
Dou valo no par de túneis que são meus olhos.

Dou valor no ímpeto
nas teorias que não vêm do método científico
no erro do ônibus que acaba numa sorveteria barata de esquina,                                                                   
nas próprias esquinas e na falta delas
que me fazem inventar outros lugares gentis para encontrar     
corações
Dou valor nos amores que surgem das esquinas inventadas.

Dou valor na demora de um abraço
que mais parede uma conversa entre âmagos profundos
no atraso de alguém que não marcou horário mas que desperta
ânsia
na lentidão do olhar de uma criança que enxerga a minha criança
num beijo moroso que conta a história da criação do mundo sem
pressa nenhuma.

Dou valor às coisas criadas
Pois não se importam em existir ou permanecer
Elas não ligam o despertador nem te cutucam pelas costas
Não saem das fendas que abrimos para que brotem.
Elas dormem aguerridas ao lado dos poetas que sentem muitos e
que não se importam em
ser acometidos
Não há lirismo sem invasão.
Dou valor à gênese de tudo que não teme.

 

*
VEJA e LEIA outros poetas do DISTRITO FEDERAL em nosso Portal:
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Página publicada em setembro de 2025.


 


 

 

 
 
 
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